Um dos mais belos poemas de amor de toda a moderna poesia portuguesa. Especialmente dedicado ao Pedro Lamares e à Naná - a "CGD" no exílio, que este Sócrates não é de confiança.
POEMA
Alguma coisa onde tu parada
fosses depois das lágrimas uma ilha
e eu chegasse para dizer-te adeus
de repente na curva duma estrada
alguma coisa onde a tua mão
escrevesse cartas para chover
e eu partisse a fumar
e o fumo fosse para se ler
alguma coisa onde tu ao norte
beijasses nos olhos os navios
e eu rasgasse o teu retrato
para vê-lo passar na direcção dos rios
alguma coisa onde tu corresses
numa rua com portas para o mar
e eu morresse
para ouvir-te sonhar
(este poema é do António José Forte. Afinal os abjeccionistas também escreviam poemas de amor...)
28/12/06
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
2 comentários:
amo a tua saudade, a ternura que a locomove, os teus olhos meninos.
e a nossa filipa quando nos lembra que "é proibido amar com pressa".
até já.
Pedro, que feliz fico de te ver por cá a comentar, e muito bem, os recados que te foram sendo deixados. até já então.
Enviar um comentário