28/02/07

PÁSCOA NA SÉ - LEONOR NO BIDÉ

Para não dizerem que só dedico poemas aos amigos, aqui vai um soneto, quase imaculado, dedicado aos meus inimigos, aos conspiradores de meia tigela que pululam neste portugal à beira -mar encalhado, à camarilha rosé que nos governa, a todos os farsantes que se acoitam nas suas tocas abjectas.
Para todos eles um aviso solene: cada passo em falso do vosso espírito me encontrará pela frente.

Aqui vai o presente. Ainda, do Fernando Assis Pacheco:

SONETOS

Por uma cona assim eu perco o tino
e tudo o mais desamo que não faça
como rata em soneto de Aretino:
a um caralho dar frequente caça

porque essa cona tem da melhor raça
a traça que se diz «donaire fino»
se rosto fora ela e não conaça
onde o tesão divino toca o sino

com uma cona assim aquel' menino
Cupido troca as setas pela maça
martela meus colhões num desatino
que do Rossio ecoa até à Graça

ela é a melhor cona que dá caça
a este meu javardo inquilino

UM TAL FERNANDO ASSIS PACHECO


Um grande poeta, injustamente esquecido por muitos intelectuais de pacote.
Recorda-se aqui um dos seus poemas do livro "respiração assistida":

UM TAL FERNANDO ASSIS PACHECO

Vivo com ele há anos suficientes
para poder dizer que o reconheceria
num dia de Novembro no meio da bruma
é como uma pessoa de família

adorava os pais mas tinha medo
quando zangados se punham aos gritos
e se chamavam nomes odiosos
não invento nada vi-o crescer comigo

chorava então desabaladamente
e eu com ele sentindo-nos perdidos
o cobertor puxado sobre a cabeça
seria trágico se não fosse ridículo

mesmo depois a noite que urinasse
no pijama era um protesto civil
encharcou assim grande parte das Beiras
não lhe perguntem se foi feliz

Lisboa, 25-V-95

23/02/07

Perdoamos o quê?

«A Sendeira percebe de cartas e de fumos, vai mijar nos campos e fazer manguitos ao cruzeiro. Costuma também iniciar os rapazes no amor. Sabe, com 70 anos, que se perdoa uma mentira, nunca uma dúvida.»

Baptista-Bastos, O Passo da Serpente (ASA)

22/02/07

FAÇO QUINTAS!



Há um membro infiltrado na CGD com pretensões nebulosas em relação às camadas estruturantes deste colectivo. Essa figuraça quer acabar com a reputação de certas pessoas, como no caso da imagem, captada em flagrante.

Bad Boy



Há uma história por detrás deste chapéu. Há pessoas com capacidades insuspeitas.

16/02/07

O ESPÍRITO

Um sublime poema da Natália Correia oferecido por este humilde servo às princesas da CAIXA - Cóliveira, Filipa, Mafalda, Patrícia, Susana e Salomé.
Assim:

Nada a fazer amor, eu sou do bando
Impermanente das aves friorentas;
E nos galhos dos anos desbotando
Já as folhas me ofuscam macilentas;

E vou com as andorinhas. Até quando?
À vida breve não perguntes: cruentas
Rugas me humilham. Não mais em estilo brando
Ave estroina serei em mãos sedentas.

Pensa-me eterna que o eterno gera
Quem na amada o conjura. Além, mais alto,
Em ileso beiral, aí espera:

Andorinha indemne ao sobressalto
Do tempo, núncia de perene primavera.
Confia. Eu sou romântica. Não falto.

Gesta FOGE ! ! !

INTRÓITO

Das tuas mãos de vidro, carregadas
De jóias tilitantes e doentes,
Das palavras que trazes afogadas,
Das coisas que não dizes mas entendes.

Do teu olhar virado às madrugadas
De fantásticos e exóticos orientes,
Do teu andar de tule, das estocadas
Dos gestos que não fazes mas que sentes.

Dos teus dedos sinistros, de tão brancos,
Dos teus cabelos lisos, de tão brandos,
Dos teus lábios azuis, de tanta cor,

É que me vem a fúria de bater-te,
É que me vem a raiva de morder-te,
Meu amor! Meu amor! Meu amor!

(José Carlos Ary dos Santos)
Porque hoje, com tanto trovão, também é dia de namorar.

14/02/07

Arqueologia do Amor



"Quem disser que não se pode amar alguém
a vida inteira é porque mente."

Escuta sinfónica

Escutas o pó a cair.
Escutas a extrema luminosidade das partículas.
Escutas... pois... o marulhar das ondas do meu coração.

DIA DOS NAMORADOS



PART-TIME

Durante muitos anos trabalhei em part-time
na Livraria Bakunine, ao Carregal.
Não foram os anos mais felizes da minha vida,
pois o amor, o ranço, a solidão, a verdade
é que ficava muitas horas encostado à montra
a ver se tu entravas perguntando se eu tinha
segredos, sebes, aluviões ou a ignorância
da morte. Dir-te-ia que sim. Mas tu,
Gata Borralheira, só querias saber de astrologia,
de puericultura, de pronto a vestir para o outono
da alma. Raios te partam, rapariga,
como podia eu amar-te, tão estúpida eras.


Fica, assim, o dia assinalado com um poema quase normal do José Miguel Silva.

(Na gravura: Madonna, acariciando o pénis, perdão, o ténis de Santana Lopes. Fotografia da colecção privada de Isaque Ferreira, com o alto patrocínio do SIS, do PS e do Professor Cajuda).

13/02/07

TRÊS POEMAS DE AMOR PARA O ISAQUE



Hoje o Isaque faz 33 anos.

Esta fotografia foi tirada por Luís Tobias, numa altura em que o figurão Ferreira trabalhava para a máfia russa, especificamente na delegação do SIS em Navais, e se entretinha a colocar escutas nos tomatais dos amigos. O resultado está à vista: três dos nossos membros mais ilustres ainda estão a passar férias num famoso hotel de Custóias, Matosinhos City.

A tripulação da CGD decidiu dedicar-lhe três poemas quase de amor para uso tópico. Três poemas, sem tirar.

DA VERDADE DO AMOR

Da verdade do amor se meditam
relatos de viagens confissões
e sempre excede a vida
esse segredo que tanto desdém
guarda de ser dito

pouco importa em quantas derrotas
te lançou
as dores os naufrágios escondidos
com eles aprendeste a navegação
dos oceanos gelados

não se deve explicar demasiado cedo
atrás das coisas
o seu brilho cresce
sem rumor

(José Tolentino Mendonça)


POEMA DE AMOR PARA USO TÓPICO


Quero-te, como se fosses
a presa indiferente, a mais obscura
das amantes. Quero o teu rosto
de brancos cansaços, as tuas mãos
que hesitam, cada uma das palavras
que sem querer me deste. Quero
que me lembres e esqueças como eu
te lembro e esqueço: num fundo
a preto e branco, despida como
a neve matinal se despe da noite,
fria, luminosa,
voz incerta de rosa.

(Nuno Júdice)


mulher pela casa fora pastora do meu sexo
de manhã perdida à tarde encontrada
afinal parecida com o líquen sobre as árvores

e outra vez
sem medo nem cuidado amar morrer

vozes falam de ti durante o dia
luzes brancas na bruma
frechas do sangue

ao tempo em que aprendias e depois
amor quase a tristeza

e depois amor quase gritaste

(Fernando Assis Pacheco)

12/02/07

Ó PINHO: QUANDO É QUE PASSAS A EUCALIPTO?

O Manuel Pinho dava um bom talhante. Ou vendedor de rifas à porta do Maxime. Mas não. O Sócrates decidiu fazer dele ministro. Paciência. Mais um esfregão de ideias que temos de chupar (salvo seja!) à hora do telejornal.
Ontem ao (re)ler um magnífico poema de Fernando Assis Pacheco lembrei-me do Manuel Pinho. Vejam lá se percebem porquê.


Este ministro é um mentiroso
que agonia quando ele discursa
e se fosse só isso: bale sem jeito
às meias horas seguidas - e não pára!

bem-aventurados os duros de ouvido
a quem o céu abrirá as portas
desliguem p. f. o microfone
ou então tirem o país da ficha

(in "Respiração Assistida", Assírio & Alvim)

06/02/07

Carnaval



Ainda te apanho, Gancho!

ou talvez me apanhes tu...

05/02/07

ARTAUD:

O homem moderno deita pus e cheira mal por causa da sua má anatomia e porque tem o sexo mal colocado em relação ao cérebro, dentro da quadratura dos pés.

( in Le Théâtre et l' Anatomie)

02/02/07

TRÊS MEMBROS ERECTOS DA CAIXA APANHADOS PELO TALENTO FOTOGRÁFICO DE NELSON D'AIRES





De cima para baixo:

Filipa Leal, a mais bela das flores.
Isaque Ferreira, qual galo de capoeira, no poleiro.
João Gesta puxando a noiva no momento do beijo.

01/02/07

QUE MIL FILIPAS FLORESÇAM ENTRE NÓS


Camaradas de luta:

Hoje, oportunidade única para ficarem a saber quase tudo sobre a Filipa Leal.
No Público (rubrica Dez Mandamentos), No Jornal de Letras (entrevista), no programa «Páginas Soltas» da Sic Notícias, às 20h30 (repete à uma da manhã; Sexta-feira às 15h; e Domingo às 19h30).

QUE MIL FILIPAS FLORESÇAM...