23/02/07

Perdoamos o quê?

«A Sendeira percebe de cartas e de fumos, vai mijar nos campos e fazer manguitos ao cruzeiro. Costuma também iniciar os rapazes no amor. Sabe, com 70 anos, que se perdoa uma mentira, nunca uma dúvida.»

Baptista-Bastos, O Passo da Serpente (ASA)

3 comentários:

Anónimo disse...

Cantiga catarina

Sou balofo,
E dizem que cheiro a mofo.
Sou homem sem estofo,
Saudoso do Adolfo.

Sou bacoco,
Tenho o centro oco.
Apesar do verbo barroco,
Tudo que fiz soube a pouco.

Nesta simples estória
Traço a minha sina:
Poeta mirando a glória,
homem ao nível da latrina.

AM disse...

O grande problema do perdão é a recidiva!

Célia Gonçalves disse...

A avó, pequenina

Dobrava folhetos em cima da saia da prima

Colava cartazes de selos de cobra em todos os andares


De baixo



E pregava pregos sozinhos nos sapatos escuros



A avó, pequenina

Comia cigarras lentas da saia da prima

Colava flores nos pigmentos associados


E beijava homens negros nas solas dos lares

‘El otro dia queria un Yan, pero no estabas’

It took combined efforts of the 3 genuis




Isto no tempo do Salazar