13/02/07

TRÊS POEMAS DE AMOR PARA O ISAQUE



Hoje o Isaque faz 33 anos.

Esta fotografia foi tirada por Luís Tobias, numa altura em que o figurão Ferreira trabalhava para a máfia russa, especificamente na delegação do SIS em Navais, e se entretinha a colocar escutas nos tomatais dos amigos. O resultado está à vista: três dos nossos membros mais ilustres ainda estão a passar férias num famoso hotel de Custóias, Matosinhos City.

A tripulação da CGD decidiu dedicar-lhe três poemas quase de amor para uso tópico. Três poemas, sem tirar.

DA VERDADE DO AMOR

Da verdade do amor se meditam
relatos de viagens confissões
e sempre excede a vida
esse segredo que tanto desdém
guarda de ser dito

pouco importa em quantas derrotas
te lançou
as dores os naufrágios escondidos
com eles aprendeste a navegação
dos oceanos gelados

não se deve explicar demasiado cedo
atrás das coisas
o seu brilho cresce
sem rumor

(José Tolentino Mendonça)


POEMA DE AMOR PARA USO TÓPICO


Quero-te, como se fosses
a presa indiferente, a mais obscura
das amantes. Quero o teu rosto
de brancos cansaços, as tuas mãos
que hesitam, cada uma das palavras
que sem querer me deste. Quero
que me lembres e esqueças como eu
te lembro e esqueço: num fundo
a preto e branco, despida como
a neve matinal se despe da noite,
fria, luminosa,
voz incerta de rosa.

(Nuno Júdice)


mulher pela casa fora pastora do meu sexo
de manhã perdida à tarde encontrada
afinal parecida com o líquen sobre as árvores

e outra vez
sem medo nem cuidado amar morrer

vozes falam de ti durante o dia
luzes brancas na bruma
frechas do sangue

ao tempo em que aprendias e depois
amor quase a tristeza

e depois amor quase gritaste

(Fernando Assis Pacheco)

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