10/05/07

aos morcegos


aos estudantes - entendo-lhes a felicidade, ou não estivessem as suas veias ao rubro.
hoje é dia de desfile pela cidade. antes fosse o vasquinho na tv. a preto e branco.

FADO DO ESTUDANTE

Que negra sina ver-me assim
Que sorte e vil degradante
Ai que saudade eu sinto em mim
Do meu viver de estudante
Nesse fugaz tempo de Amor
Que de um rapaz é o melhor
Era um audaz conquistador das raparigas
De capa ao ar cabeça ao léu
só para amar vivia eu
Sem me ralar e tudo mais eram cantigas

Nenhuma delas me prendeu
Deixa-las eu, era canja
Até o dia em que apareceu
Essa traidora de franja
Sempre a tinir sem um tostão
Batina a abrir por um rasgão
Botas a rir num bengalão e ar descarado
A vadiar com outros mais
Ia dançar p'ros arraiais
Para namorar, beber, folgar, cantar o fado

Recordo agora com saudade
Os calhamaços que eu lia
Os professores da faculdade
E a mesa da anatomia

Invoco em mim recordações
Que não têm fim dessas lições
Frente ao jardim do velho campo de Santana
Aulas que eu dava se eu estudasse
Onde ainda estava nessa classe
E a que eu faltava sete dias por semana

O Fado é toda a minha fé
Embala, encanta e inebria
Pois chega a ser bonito até na Radio - telefonia

Quando tocado com calor
bem atirado e a rigor
É belo o Fado, ninguém há quem lhe resista

É a canção mais popular, tem emoção faz-nos vibrar
Eis a razão de ser Doutor e ser Fadista

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